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  • Farinaldo Queiroz

Francisco de Assis de Brito

Professor e pesquisador da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)


Por Gabrielle Borges - UFRN - Projeto de Extensão EPA




Prof. Francisco Brito à esquerda e Prof. Helayel Neto (CBPF) à direita em workshop de Física de Partículas e Campos realizado na UFCG pelos Profs. Diego Cogollo (UFCG) e Farinaldo Queiroz em 2018.


Natural da cidade de Aroeiras, na Paraíba, Francisco de Assis vem de uma grande família. Os seus pais não tiveram uma educação de qualidade, mas priorizaram o estudo dos filhos.“Eles não tinham uma formação formal muito boa, mas sabiam da importância da educação e não titubeavam quando o assunto era promover educação para todos os filhos”, conta o professor e pesquisador. Aluno da escola pública, onde estudou durante toda a sua formação no ensino fundamental e médio, conta que desde os nove anos de idade tem interesse pela ciência. Quando reproduzia experimentos dos livros, como montagem de eletroímãs, demonstrar o efeito da eletrólise, usar lupas para concentração de raios solares e gerar aquecimento, entre outros, apesar de não serem oferecidos muitos recursos na região onde estudou.


Na graduação, cogitou desistir, mas a ideia não seguiu adiante. Obteve o diploma de bacharel em Física no ano de 1994. Mestre em 1997 e doutorado em 2000, todos os diplomas foram na Universidade Federal da Paraíba. Ingressou na Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, como pós-doutorando em novembro de 2000, regressando para o Brasil em 2002. Como pesquisador, interessou-se primeiro pela física nuclear, mas durou muito. Por meio do professor Dionísio Bazeia, conheceu o grupo PET . Seu trabalho a partir de então concentra-se na área da Teoria Geral de Partículas e Campos. Estudando espaços de 3+1 dimensões, espaços com dimensões extras. "Que são propostas muito interessantes na qual admitimos que o universo pode ter um certo número de dimensões além das quatro dimensões que detectamos usualmente", explica. Na teoria de campos, pesquisa a radiação e entropia de buracos negros e cosmologia. "Em dimensões arbitrárias, mais especificamente em cinco dimensões, tenho investigado soluções e aplicações de braneworlds", pontua o docente ao falar sobre mais uma área de trabalho.


Na área acadêmica como professor, ensinou por dois anos na URCA- CE; na época não existia departamento e nem licenciatura em física. Com ajuda dos seus colegas, realizou a criação do curso e do departamento. Algo parecido aconteceu na Universidade Federal de Campina Grande, mas desta vez relacionada à pós-graduação, que não tinha na instituição. "Novamente, juntamos esforços e criamos o mestrado em Física em 2007, que já conta com mais de 200 dissertações defendidas, cuja maior parte dos egressos têm seguido com suas carreiras em Física de alto nível no Brasil e no exterior", relata Francisco. No ensino, o professor conta que com o atual cenário da educação brasileira os alunos não têm condições de se manter no curso, principalmente ligada a questões financeiras, mas encontra estudantes dispostos a dedicar-se ao curso.

Para encerrar, Francisco de Assis de Brito salienta que vai continuar na busca por novos conhecimentos, principalmente no campo da energia escura, matéria escura, supersimetria, dimensões extras, entre outros assuntos.


Professor Farinaldo Queiroz, coordenador do Projeto de Extensão de Ensino em Física de Partículas e Astropartículas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e que encabeça essa entrevista, afirma que Francisco Brito representa um ponto de virada na história da física da UFCG, e é um líder científico na região.


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